A Vida em todo o seu esplendor

(por Amy Hollowell Sensei em Zenscribe)

Passou exatamente uma semana. Uma semana desde que a vida tal e qual a conhecíamos em Paris – num turbilhão de balas e bombas – subitamente acabou.
Quão longe chegámos desde então. Eu pelo menos sei que percorri um longo caminho pelas diversas fases de luto, momento a momento, não seguindo uma sequência específica –  choque, horror, dor, tristeza, desespero, impotência, perda, raiva, medo, compaixão, amor… Tanto amor! Quão maravilhoso que estes atos horrendos de pura violência, tão imbuídos de ódio possam também ter dado azo a tanto amor.
Até o contacto diário com as pessoas nas ruas, no metro, em lojas e escritórios parece diferente, de algum modo mais suave, como se uma aresta tivesse sido amaciada em todos nós.

Disseram-me que esta noite na Place de la République, algumas pessoas se juntaram espontaneamente (ajuntamentos públicos estão proíbidos devido ao estado de emergência) e deram as mãos e cantaram e beberam Champanhe, assinalando a tragédia com uma expressão livre de vida em todo o seu esplendor. Foi como se estivessem a dizer, “Nós humanos amamos esta vida, tão bonita e, também, tão trágica.”

Tal como Leonard Cohen diz: “Tudo tem a sua racha; é por aí que a luz entra”. E esta semana, em Paris, a luz tem entrado abundantemente.

 

 

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