Wild Flower Zen

O mundo é a nossa sala de meditação, a Terra é o altar. Não temos monges, nem sacerdotes, nem vestes, nem paredes. Todos são convidados a juntar-se a nós, aqui e agora, nas nossas práticas semanais de meditação, assim como nos nossos workshops e retiros ao longo do ano.

Fundada em Paris pela mestra Zen Roshi Amy “Tu es cela” Hollowell, a Wild Flower Zen Sangha, representada em Portugal pela Associação Zen Flor Silvestre, está enraizada nos ensinamentos ancestrais do Buda. Está por isso, dedicada a envolver-se ativamente com a totalidade da vida, florescendo momento a momento, com sabedoria e compaixão.

Na Wild Flower Zen Sangha, essa prática é radical: o universo é o nosso zendo, a Terra é o altar, todos os seres são budas e fantasmas famintos — e todos pertencem à nossa sangha; o dharma está em todo o lado e a nossa prática é incluir tudo o que surge, onde quer que estejamos.

Porque nos chamamos Wild Flower / Flor Silvestre?

As flores silvestres são sempre daqui. São nativas de um lugar e tempo específicos, surgindo num determinado ambiente, clima, geografia, estação. Sentem-se em casa onde quer que cresçam, não conhecem fronteiras, florescendo numa multiplicidade aparentemente infinita de variedades e manifestando uma diversidade inesgotável de formas, tamanhos, cores, fragrâncias, propriedades e muito mais. O mesmo se aplica a todos os seres e coisas.

Quer nas montanhas ou nas pradarias, em florestas ou selvas, em parques urbanos, ao longo de ruas ou autoestradas, em fendas dos passeios ou jardins suburbanos, a existência das flores silvestres depende das condições locais — ar, luz, água, solo — e da ajuda dos seus “vizinhos” — as outras plantas, animais, insetos, seres humanos com quem partilham e participam no funcionamento do seu “bairro” local. Esses ingredientes locais são sempre suficientes, exatamente o que as flores silvestres precisam para crescer e florescer — e, claro, murchar e morrer — como parte desse todo interconectado que é o seu ser. O mesmo se aplica a todos os seres e coisas.

Sim, o que é verdade para as flores silvestres é verdade para nós, para o universo inteiro. Quando realmente vemos e experienciamos isso, descobrimos a paz e a liberdade, bem como o amor e a compaixão.

Tudo é silvestre, selvagem (“wild”) — ou seja, a verdadeira natureza de tudo é livre e aberta, ilimitada, não constrangida pelas nossas noções limitadas de como as coisas são ou não são, por posições fixas sobre o que é o eu e o outro. Selvagem significa inteiro. Selvagem significa diverso. Selvagem significa respeitar o próprio elemento original, o próprio lugar original, a própria vida original — e também os dos outros. Selvagem significa estar plenamente vivo aqui e agora, em paz com as coisas tal como são.

Na Wild Flower Zen, a nossa prática e meditação Zen é inspirada pelo exemplo das flores silvestres, à medida que procuramos testemunhar a totalidade da vida e experienciar diretamente a unidade e diversidade presentes nas nossas vidas, tal como são, onde quer que estejamos e quem quer que sejamos.

Em Portugal a Wild Flower Zen Sangha é representada pela sua congénere, a Associação Zen Flor Silvestre.